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Percurso bicicleta

O que vemos para além dos nossos portões...

A Quinta abre as portas do campo à cidade e não só... Com uma localização central na freguesia dos Olivais, a nossa envolvente tem, também, inúmeros aspetos de grande interesse patrimonial e natural que podem e devem, ser visitados e apreciados, ao seu ritmo. 

Priveligiando a preservação do ambiente e fomentando um estilo de vida saudável, propomos aos nossos visitantes que, de bicicleta ou a pé, percorram os caminhos que nos rodeiam, descobrindo pormenores e despertando a curiosidade por toda a envolvente urbana da Quinta Pedagógica dos Olivais.

 

Percurso 1 | Entre Quintas

 

Pontos de paragem:

 

1. Quinta Pedagógica dos Olivais

Inaugurada 16 de abril de 1996, a QPO situa-se na Rua Cidade do Lobito junto à Quinta do Contador-Mor, casa recuperada pela Câmara Municipal de Lisboa, que alberga hoje a Biblioteca Municipal dos Olivais.

A Quinta do Contador-Mor é hoje um espaço de referência da memória coletiva, muitas vezes associado ao romance "Os Maias" de Eça de Queirós. Os seus primeiros proprietários foram uma família nobre, originária da Antuérpia e Nimeguen, sendo, ainda, visível uma pedra de armas com o brasão de Lourenço Rodolfo Van Zeller, último Contador-Mor da Casa do Contos de El-Rei.

A Toca
Representativa das antigas casas afidalgadas e de uma época romântica descrita por Eça de Queirós em "Os Maias", as gentes locais estabeleceram relações simbólicas entre a Casa e a descrição de Eça, e passam a designá-la por “Toca” projetando neste espaço o universo deste romance.

Da sua traça inicial pouco resta, pois foi sofrendo alterações e remodelações. As suas reminiscências mais evidentes são o pátio de entrada com o chafariz, o alpendre e uma secular arvore no jardim. O interior conserva ainda alguns aspetos de bastante interesse pictórico, algumas lareiras revestidas de azulejos, alguns arcos de tijoleira, uma sala com lambris de madeira e pouco mais.

 

 

2. Centro Histórico dos Olivais

A mais populosa freguesia lisboeta remonta ao XIV, à data de 1397, quando o Arcebispo de Lisboa, D. João Anes, a 6 de Maio, cria a paróquia e a freguesia no lugar onde teria sido construída nesse século a Igreja da Praça. A lenda então existente falava da aparição da virgem no tronco oco de uma oliveira. Por isso o templo lhe foi dedicado e para o futuro ficou Santa Maria dos Olivais, a igreja e a freguesia. Durante 300 anos, esse tronco foi guardado como relíquia no altar até desaparecer em 1700. 

Mas Olivais Velho só começou a estruturar-se no século XVI com a construção das casas em redor da Igreja matriz e na direção do rio, nascendo assim o primeiro núcleo urbano da região, habitada principalmente por agricultores. A sua ruralidade deve-se, também ,à existência das culturas cerealíferas, frutícolas e do pastoreio. No entanto, o vinho e o azeite eram as produções mais importantes. 
 
A partir do século XVII, a nobreza começa a instalar-se nos Olivais, cativada pelo clima e "bons ares". Multiplicam-se as casas de campo e as quintas, ligadas por azinhagas. Na época áurea das quintas dos fidalgos, em finais do século XVIII, a povoação hoje conhecida por Olivais Velho era uma verdadeira aldeia.

O terramoto de 1755, apesar de não ter provocado danos consideráveis, fez ruir a igreja matriz, reconstruída logo de seguida. Só o cruzeiro ficou intacto. pela força das marés. 

Em 1863, o Estado aboliu os morgadios e as quintas foram sendo abandonadas pela aristocracia e tomadas por rendeiros ou adquiridas por industriais. A instalação do caminho de ferro Lisboa-Carregado em 1856, provocou uma alteração radical nos Olivais, dando início à era da industria.

Em Setembro de 1852, Olivais passou a Concelho, o maior do país, com 22 freguesias, estendia-se de Loures a Arroios, integrando o Lumiar, o Campo Grande, o Tojal, Sacavém, Bucelas e Beato.
Em 1875, no conjunto das suas 22 freguesias, contavam-se 43 fábricas, de cortiça, estamparia, barro, moagem de farinha, sabão, tecidos de algodão, tabaco, entre outras atividades desenvolvidasentre outras atividades. Entretanto, o Concelho de Olivais, dificilmente governável, resistiu cerca de 30 anos, sendo extinto em 1886.

No inicio do século XX, o Largo do Rossio mostrava toda a sua agitação, sendo bastante concorrido. O chafariz e um correto tinham sido inaugurados em 1891. Num palacete localizado à saída da Praça, vivia a Viscondessa D. Maria Rosa da Veiga Araújo, que fundou em 1896 um asilo para crianças pobres. Em sinal de gratidão o Largo do Rossio passou a ter o nome da Viscondessa. 

A presença de algumas unidades industriais, no espaço Olivais, implantava-se essencialmente até ao século XIX, mas aquilo que o caracterizava, então, eram as suas quintas. O limite geográfico atual dos Olivais continha vinte e três quintas, entre elas a da Galharda, a do Poço de Cortes e a da Graça, podendo ainda hoje encontrar os edifícios das Quintas do Contador-Mor, Fonte do Anjo e dos Condes dos Arcos.

 

 

3. Quinta Conde dos Arcos

Pertencia aos herdeiros de Diogo de Faria, em 1614, quando foi arrematada em hasta pública por Marcos de Noronha, mantendo-se na posse dos seus descendentes, os Condes dos Arcos, até ser expropriada em 1940 pela Câmara Municipal de Lisboa.
No principio do Séc. XVII a propriedade compunha-se de casas de sobrado e térreas, pátio, um armazém caído com 15 talhas, lagar de azeite, dois olivais, vinha, dois pomares e poço de água. Cerca de 150 anos depois, mantinha-se assim, havendo apenas a registar alterações nas casas, que tinha passado a dispor também de primeiro andar.
Foi expropriado judicialmente por ter sido abrangida pelo traçado da ligação Aeroporto-Moscavide, hoje chamada Av. Dr. Francisco Luís Gomes, que lhe retirou, apenas, uma pequena faixa de terreno, permitindo que os seus limites se mantivessem praticamente coincidentes com os iniciais.
Atualmente na posse do município, é utilizada para viveiros de plantas e escola de jardinagem. No palácio funcionam as escolas de jardinagem e de calceteiros da Câmara Municipal de Lisboa. tem um conjunto de 28 árvores emblemáticas, das quais se destacam:

 

3.1. Árvore classificada – Dragoeiro, Dracaena draco

O dragoeiro é uma planta lenhosa, perene e de crescimento muito lento, podendo viver até aos 600 anos de idade e atingir 20m de altura. A copa da planta adulta tem semelhanças a um guarda-chuva de 4 a 15m de largura. O nome vulgar de Sangue de Dragão atribuído a esta espécie deve-se à cor da sua seiva que, quando em contacto com o ar, apresenta-se espessa e vermelha, tendo sido utilizada como corantes, tintas e fins medicinais.

Árvore endémica dos arquipélagos da Madeira, Canárias, Cabo Verde e provavelmente dos Açores, encontra-se em grande perigo no seu meio natural, de acordo com a IUCN (Red List Threatened Species), o dragoeiro é uma espécie vulnerável. A floração verifica-se em Agosto e Setembro e o fruto uma baga carnuda.

Classificada de Património Vegetal de Interesse Público pelo processo n.ºKNJ1/323 e publicado no DR n.º81 II Série de 7 de Julho de 2001.

 

3. 2. Árvore classificada – Lodão-bastardo, Celtis australis

O lódão bastardo existe em quase toda a Península Ibérica. É uma espécie ornamental muito utilizada em jardins, alamedas e espaços públicos pela sua rusticidade e resistência à poluição.

Árvore caducifólia, pode atingir 30m de altura, tem o tronco e os ramos lisos de cor cinzenta e uma copa arredondada, muito densa e ramificada. A sua floração ocorre simultânea ao aparecimento das folhas – entre Março e Maio. As flores que nascem mais perto da base dos ramos são masculinas e as que surgem nas zonas apicais, femininas.

A madeira é especialmente apreciada pela sua leveza, elasticidade e resistência. Tradicionalmente usada no jogo do pau é também utilizada para a execução de cabos de ferramentas, canas de pesca e remos assim como em sticks de hóquei e golfe.

As suas folhas servem de alimento ao bicho-da-seda, tal como as folhas das amoreiras. O fruto é uma pequena drupa semelhante a uma ginja, facto que explica o nome comum que também lhe é atribuído: ginjinha-do-rei. Aparecem entre Setembro e Novembro e são alimento de muitas aves.

 

3.3. Hortas comunitárias

Atualmente, existem 21 parques hortícolas municipais em Lisboa, cerca de 850 talhões, num total de 9,5ha destinados à produção agrícola. Um destes espaços, localiza-se na Quinta Conde dos Arcos, sendo um espaço que, para além de proporcionar o cultivo e práticas hortícolas, é uma oportunidade de atualizar saberes e promover a biodiversidade urbana.

 

 

4. Parque Urbano do Vale do Silêncio

Espaço densamente arborizado, nas suas orlas a Norte e nas áreas mais elevadas (a Sul), cujo estrato herbáceo é mais diversificado que o arbustivo, e que envolve um relvado central de grandes proporções, muito utilizado para a prática de atividades desportivas. Tem uma via ciclável e, também, um espaço de atividade física que agrega três áreas, com oferta diferenciada, de modo a potenciar a prática de atividade física e desportiva em diferentes faixas etárias.

Principais atividades:

  • fitness;
  • escalada, através de estruturas artificiais que incluem 2 boulders e uma parede de 12m de altura;
  • calistenia e street workout.

O espaço possui acessibilidade plena aos três patamares, possibilitando a prática desportiva adaptada nas áreas de escalada e de calistenia e street workout.

Dipõe de um Parque Canino, com uma área total de 1017 m2, disponibiliza vários equipamentos para cães (plataformas de salto, barreiras, manilhas, labirinto, corredor e caixa de areia) um bebedouro canino, papeleiras, bancos e contentor de dejetos.

 

Características do percurso:

Extensão: 6km

Duração estimada:  1h30m